“Uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz, significativamente, riscos ambientais e escassez ecológica". É assim que o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) define o conceito de Economia Verde.
O tema ganha cada vez mais força uma vez que o mundo sente, a cada dia que passa, as consequências negativas das mudanças climáticas e da escassez de recursos naturais, levando-se em conta que a população do planeta já chega a marca de 7 bilhões de pessoas.
A Economia Verde é baseada em uma transição para uma sociedade global de baixo carbono, "eficiente em seu uso de recursos e socialmente inclusiva”.
Segundo o Pnuma, em uma Economia Verde, o crescimento de renda e de emprego deve ser impulsionado por investimentos públicos e privados que reduzam as emissões de carbono e poluição, aumentam a eficiência energética e o uso de recursos, e previnem perdas de biodiversidade e serviços ecossistêmicos.
Esses investimentos precisam ser gerados e apoiados por gastos públicos específicos, reformas políticas e mudanças na regulamentação.
O caminho do desenvolvimento deve manter, aprimorar e, quando possível, reconstruir capital natural como um bem econômico crítico e como uma fonte de benefícios públicos, principalmente para a população de baixa renda, cujo sustento e segurança dependem da natureza.
O conceito de uma “economia verde” não substitui desenvolvimento sustentável, mas hoje em dia existe um crescente reconhecimento de que a realização da sustentabilidade se baseia quase que inteiramente na obtenção do modelo certo de economia.
A sustentabilidade continua sendo um objetivo vital em longo prazo, mas é preciso tornar a economia mais verde para atingirmos tal finalidade. Para se fazer a transição para uma economia verde são necessárias algumas condições facilitadoras específicas, que consistem em um pano de fundo de regulamentos nacionais, políticas, subsídios e incentivos, mercado internacional e infraestrutura legal e protocolos comerciais e de apoio.
No momento, as condições facilitadoras incentivam e têm um peso grande na predominante economia convencional que, entre outros fatores, depende excessivamente da energia proveniente dos combustíveis fósseis.
Em nível nacional, os exemplos de tais condições favoráveis são:
- Mudanças na política fiscal, reforma e redução de subsídios prejudiciais ao meio ambiente;
- Emprego de novos instrumentos de base de mercado;
- Procura de investimentos públicos para setores-chave “verdes”;
- Tornar mais verdes os contratos públicos; e a melhoria das regras e regulamentos ambientais, bem como sua execução.
- Em nível internacional, também há oportunidades para complementar a infraestrutura de mercado, melhorar o fluxo de comércio e de apoio e promover maior cooperação internacional.
A base dessas informações foi extraída do relatório de economia verde do Pnuma, intitulado Rumo a uma Economia Verde, que tem como objetivo desfazer vários mitos e equívocos sobre a ciência econômica por trás do “esverdeamento” da economia global, e fornece orientações oportunas e práticas a tomadores de decisão sobre quais reformas eles precisam para desbloquear o potencial produtivo.
O relatório apresenta argumentos econômicos e sociais convincentes sobre o investimento de 2% do PIB mundial para tornar verde os 10 setores estratégicos da economia, de forma a redirecionar o desenvolvimento e desencadear um fluxo público e privado rumo à baixa emissão de carbono e a um caminho de uso eficiente de recursos.
Tal transição pode catalisar uma atividade econômica de tamanho comparável pelo menos às práticas atuais, mas com um risco reduzido de crises e choques cada vez mais inerentes ao modelo existente.
Em junho de 2012, o tema Economia Verde será destaque na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada no Rio de Janeiro, duas décadas depois da ECO-92.
Nenhum comentário:
Postar um comentário